Essa história começa em 2006. O Santa Cruz tinha tido um ano maravilhoso, o melhor dos últimos tempos. Além de ter sido campeão pernambucano, depois de um bom tempo na fila, vinha a vários jogos invictos no arruda, e tinha feito uma campanha maravilhosa na série B do ano anterior. Era o único time do estado na elite do futebol nacional e tinha tudo para conquistar o bi-campeonato pernambucano. Eis que, Lecheva (esse nome sempre vai ser maldito no arruda) corre para bater sua penalidade e de maneira displicente "recua" a bola para as mãos do goleiro rival. Depois disso, tudo começa a dar errado. A disputa de penaltis continua, e o Santa Cruz perde o campeonato para seu maior adversário. Começa a descer a ladeira , em um rápido resumo, o Santinha cai da primeira para segunda, da segunda para a terceira, e quando se imagina que chegou o fundo do poço, A CBF cria a quarta divisão e o Santa Cruz Futebol Clube chega ao pior momento de sua história.
Mas atualmente é momento de festejar, a torcida do Santinha foi ganhando fama nacional como a mais apaixonada do Brasil. Não abandonou em momento algum a equipe, todas às vezes que a cobral coral precisava da imensa massa, fiel, ela estava lá e mesmo quando o time não correspondia, o arruda sempre estava lotado. Decepção atrás de outra, choros, gritos de comemoração contidos. Mas enfim chegou o momento da redenção, o Santa Cruz que começou o campeonato como mero coadjuvante, surpreendeu. Mostrou que era, sim, um time grande e se impôs,dentro e fora de casa. E justamente contra o mesmo adversário que começou o suplício coral, vem a provável e desejada ressureição. A massa coral, sofrida e maltratada pelos últimos anos, lotou o arruda na final. Maioria esmagadora, que carregava um misto de confiança e temor. Tudo andava dando tão errado nos últimos tempos, que no fundo a torcida tinha medo. A derrota seria uma decepção incurável, o povão precisava desse título. Quando a torcida rival cantava, a maioria esmagadora de tricolres tratava de cala-los. O canto e o grito da torcida coral era tímido e precavido, na hora de empurrar o time. Mas dava pra sentir o enorme pensamento positivo saindo de cada um deles, mesmo no silêncio os jogadores sabiam do apoio e da necessidade da vitória, se doavam em campo. Foi pouco depois dos 30 minutos em uma demonstração de raça, de um ícone da vontade do time de guerreiros ( como a torcida o chamou durante o campeonato), o volante Jeovânio, a massa coral soltou o grito: "É campeão". Não mais de forma tímida, as camisas rodavam no ar e o arruda ficou bonito, como a muito tempo não acontecia. Era uma troca de sorrisos cúmplices entres os torcedores, tapinhas nos ombros, perguntas de quanto tempo faltava e a satisfação por ver, mais uma vez, o santinha querido dá essa alegria arrebatadora. A sensação de ter empurrado um gigante, de ter acordado e levado novamente a um local de destaque, era vísivel.O tricolor tornou-se protagonista, curvou se apenas pra sua torcida no fim do espetáculo. Em um dos campeonatos pernambucano mais emocionante dos últimos tempos, o Santa não deixou a história mudar e mostrou que tem força de sobra para impor respeito. No fim, a torcida alvirubra comemorou, também, pois o santa salvou o seu "Hexa". O choro ficou só do lado rubro-negros. E tinha que ser uma penalidade para quebrar a maldição, convertida pelo adversário, mas sem tempo de comemoração. Quem gritava era a torcida do "Mais querido" a "mais apaixonada do Brasil". A massa coral estava em festa e ela sim, junto com : thiago cardoso, thiago mathias, jeovânio, weslley, renatinho, gilberto e cia, era grande responsável pelo título que, quem sabe, iniciará a redenção tricolor.