Passividade now

Outrora, protestos eram feitos nas ruas, na clandestinidade ou com a cara pintada. O que importava: era ser notado, ser ouvido, fazer-se importante.Também, era um tempo onde o jovem lutava, tinha a cabeça feita(e não tou falando de um baseado). Eram ouvidos, notados e o mais importante, temidos. A parte triste é que vários dos participantes dessa luta contra a ditadura e ficaram vivos, se transformaram nessa corja que aumenta seu salário em mais de 60%. Diferente de quando milhares saiam as ruas com as caras pintadas, e conseguiram tirar o Collor do poder, quando os artistas se importavam de lutar pelo povo e dar exemplo. O jovem de hoje é um bunda mole que acha que protestozinho no orkut ou no twitter vão causar algum efeito. Pensam que abaixos-assinados onlines vão ser lidos, por aqueles caras que foram exilados e torturados, que dão um chute na bunda da população na primeira oportunidade. Eles devem rir da cara daqueles milhares de nomes que não param trânsito, não são vistos na televisão, não gritam, não cantam e não se pintam com as cores do Brasil. O que seria o mínimo a se fazer. Enquanto isso: mensalão, aumento de passagem, de salário para deputados e senadores e de impostos batem a nossa porta. E o que se faz? vai votar com um nariz de palhaço bobo. Idiota é quem faz isso pensando que tá causando um efeito devastador. O papel de palhaço, é por essa ação ridicula de colocar um nariz vermelho pra votar. Enquanto o jovem for passivo e continuar permitindo esses desmandos, as coisas vão piorar cada vez mais. Enquanto não pintarmos a cara, fizermos barulho, pararmos o país para tirar a maioria de sebosos ques estão no poder, vamos ficar na frente de um computador participando de comunidades contra aumento de passagens e colocando nome em abaixos-assinados online e, ainda, pagaremos todos os tributos que nos mandarem, com o rabo entre as pernas.

Texto públicado originalmente por mim, no dia 9 de janeiro de 2011. no blog: http://cabozeh.blogspot.com/

Foi escrito na época do aumento de passagens e salários, mas a passividade não tem previsão de mudança.
Algumas pessoas remam contra essa maré e dão demonstração de resistência, como a da professora Amanda Gurgel, nos últimos dias.